sexta-feira, dezembro 23, 2005

Feliz Natal !

Este é o meu presépio neste Natal.

Aqui fica com Votos de Feliz Natal para todos!


quarta-feira, dezembro 14, 2005

Crimes ambientais e resposta da autarquia

Os crimes ambientais na minha região começam a não ser suportáveis.
Há mais de vinte anos que os esgotos da povoação onde "vivo" são depejados a céu aberto num ribeiro que é afluente de um afluente do rio Almonda. Os sucessivos presidentes de câmara sempre se borrifaram para o assunto preferindo realizar obras de fachada, rotundas e outros "monumentos" do género, na sede de concelho, em vez de resolverem os reais problemas das pessoas e zelarem pela sua qualidade de vida. A zona poluída pelo dito ribeiro era das mais interessantes da aldeia em termos ambientais, lembro-a bem da minha infância. Agora é insuportável!! ...um verdadeiro caso de saúde pública.
Como se não bastasse a questão dos esgotos domésticos, há industriais que desculpando-se com a falta da ETAR depejam em alguns terrenos os resíduos de lagares de azeite e destilarias poluindo outros cursos de água na mesma zona. Mas as autoridades nada fazem, a conivência é total e todos mandam a palhinha de mão em mão à boa maneira portuguesa. Entretanto como não temos sistema de justiça pouco ou nada se pode fazer.
Para mim resta a consolação de não ter filhos e não vir a ter netos, ao contrário de alguns desses senhores, e, por isso, não correr o risco de os estar a ver envenenar ainda antes de terem nascido.

A distribuição das dádivas do Banco alimentar contra a fome

As iniciativas do Banco Alimentar contra a fome são de louvar. Como sabemos existiu há pouco tempo uma recolha de dádivas à porta dos supermercados que segundo a comunicação social foi um êxito pela resposta de generosidade das pessoas abordadas. Pena é que alguns circuitos de distribuição funcionem mal e os bens recolhidos nem sempre cheguem a quem necessita. O caso que relato aconteceu na minha aldeia a 100 km de Lisboa onde existe uma IPSS, instituição para onde são canalizadas as ajudas que depois as deve fazer chegar aos realmente necessitados. Ali por razões que deconheço os bens são distribuídos pelos amigos dos amigos e conhecidos dos conhecidos da instituição (assim parece) e não pelas pessoas que precisam. É triste!...

quinta-feira, julho 21, 2005

A demissão do ministro das finanças

O ministro das finaças demitiu-se ontem à noite. Faço ideia a batatada que deve andar dentro do governo!
O PS não sabe governar sem dinheiro e desta vez acho que encontraram os cofres vazios. Por isso está a dar esterilho!!
Vamos ver o que isto dá. Só falta a Europa tirar o tapete completamente e seremos engolidos pelo buraco negro das nossas incompetências e megalomanias!!
Entretanto, quem trabalha continuou a levantar-se de manhã para cumprir as suas obrigações. Parecemos indiferentes a tudo, vacinados, enquanto o país se consome em chamas!!

"Ainda bem que morreu para deixar de me chatear"

Acabei de chegar da farmácia onde se passou o episódio que não resisto a relatar.
O farmacêutico perguntou, a uma senhora que tinha acabado de entrar, pelas melhoras de um seu familiar. A senhora que tinha um ar fresco e desempoeirado respondeu com uma voz mais ou menos melada que tinha falecido há cerca de um mês. Percebi que teria sido uma pessoa idosa, talvez a mãe.
A senhora estava acompanhada por uma criança, uma miúda que não tinha mais de oito anos e que tinha permanecido numa outra zona do balcão mais próxima de mim e da empregada que na altura me atendia. Na sequência da conversa anterior, a menina comentou de forma fria e muito objectiva: "ainda bem que morreu para deixar de me chatear". Nesse momento eu e a farmacêutica que terá sensivelmente a minha idade entreolhámo-nos. Não precisámos de verbalizar o mais pequeno som para percebermos que ambas tínhamos acabado de apanhar um murro no estômago. Eu pensei de imediato: "daqui a trinta anos a menina será uma jovem adulta e eu terei a idade da sua avó. Por este andar já terei sido eliminada antes de "começar a chatear"".
Que merda de sociedade de consumo é esta que acaba com os afectos, despreza a sabedoria e a experiência, torna tudo descartável, até as pessoas!!Foi chocante, simplesmente!!

quarta-feira, julho 13, 2005

A (falta de) legitimidade democrática da nossa justiça

No programa da RTP 1 prós e contras da passada 2ª feira fiquei reconfortada por ver que outras pessoas, neste caso alguns colunáveis, convidados participantes do programa, vieram defender a falta de legitimidade democrática do nosso sistema judicial português. Nada mais verdadeiro e que já senti na pele de forma intensa. Foi há uns meses num dos episódios de uma novela longa de quase três anos num processo em que me me propunha ser família de acolhimento de duas jovens que recolhi em casa. Fui chamada para uma sessão de tribunal onde fui humilhada e insultada por duas magistradas (a procuradora e a juíz) presentes na sessão. A juiz assumiu uma posição profundamente tendenciosa (contra mim, claro), foi mal educada, prepotente para além de incompetente nas decisões que tomou. A disposição de lei que estava em causa era demasiado clara, bastava saber ler e perceber português. Pois a senhora afirmou da cátedra do seu poder que a lei da adopção era exactamente igual à lei de promoção e protecção e que, ponto final eu não tinha quaisquer direitos. Esta afirmação é mentira basta ler e claro que já confirmei junto de outras fontes credíveis! Claro que a senhora nem me deixou comentar ameaçando-me diversas vezes com uma multa. Até agora e já passaram vários meses não recebi qualquer informação escrita sobre a dita sessão nem soube oficialmente mais nada sobre o desenvolvimento do processo, pelo que, mesmo que queira recorrer para as instâncias superiores estou impedida de o fazerpor não ter em meu poder quaisquer documentos que comprovem a decisão. Soube entretanto por via oficiosa que as decisões que a senhora tomou posteriormente estão a prejudicar gravemente a vida de uma das menores em causa. Tentei saber onde e como podia fazer queixa da dita juiz, do seu comportamento e procedimento comigo independentemente do recurso das decisões tomadas. Não descobri até agora nenhum sítio. Os advogados, os médicos têm uma ordem, os juizes não. Pelos vistos são inimputáveis e ninguém se pode queixar. Obviamente que existirão no nosso país alguns magistrados incompetentes e mal formados mas pelos vistos não existe maneira de os denunciar. Afinal a destruição do nosso sistema educativo também se reflectirá nas competências para o desempenho desta profissão, mas pelos vistos estes senhores ficam impunes. E ainda me dizem que Portugal é um país democrático! Mentirosos!
Claro que se alguém conhecer um local onde apresentar queixa agradeço que me diga.

sexta-feira, julho 01, 2005

Serviços públicos e livro amarelo

Sempre que vou a um serviço público, vulgo repartição, apetece-me pedir o livro amarelo das reclamações. Hoje voltou a acontecer. Tive de fazer algum esforço, porque, até já chateia!
Foi numa conservatória do registo predial onde tresandava a burocracia. Fui levantar uma certidão que tinha pedido oito dias antes. O dia do pedido já tinha sido horrível. Quase uma hora e meia à espera, 30 pessoas à frente e uma única funcionária no atendimento. Felizmente aproximou-se a hora de almoço e lá aparecerem mais dois funcionários a despachar as pessoas. O pedido em si não demorou mais de cinco minutos. Apeteceu-me perguntar por que só lhes deu a pressa à hora de almoço? Por que não apareceram antes, durante a manhã, nos períodos mais críticos? Contive-me. Afinal estava a ser informada que teria de lá voltar oito dias depois para levantar o dito papel. Esse dia foi hoje. Anedota máxima é preciso voltar a esperar. Outra vez meia hora pelo menos, 25 pessoas à frente.
O papel demorou dois minutos a aparecer na minha mão. Podia naturalmente ter sido enviado para a minha morada pelo correio, mas não, essa hipótese nem sequer foi colocada.
Fazendo umas contas rápidas, eu perdi duas horas do meu trabalho para isto e uma deslocação a Loures de propósito. Sou funcionária pública no activo. Atendendo a que estava acompanhada pelo menos por cinquenta e cinco pessoas que esperavam comigo por coisas idênticas, foram pelo menos 110 horas de trabalho completamente desperdiçadas. O mais estranho e preocupante é que todos parecemos aceitar isto com uma completa conformação e ninguém parece sequer interrogar-se.
Será que ainda vale a pena falar de desperdícios e da falta de produtividade portuguesa!!