terça-feira, setembro 12, 2006

A propósito do desaparecimento do Patusco

O Patusco era um dos meus gatos. Desapareceu há um mês, no dia 5 de Agosto, no ínicio das minhas férias, ao fim da tarde/noite depois de uma sessão de festas. Era um gato já adulto, nascido no dia de Natal de 1999. Era filho da Pompom, a gata que por enquanto ainda se mantem connosco.

O Patusquinho, como gostava de o chamar, era um gato muito meigo a quem se podia fazer festas à vontade sem que ele alguma vez se chateasse. Aliás, de tão meigo que era, às vezes tornava-se um bocadinho chato pois costumava miar de forma estridente, sempre à procura de mais umas carícias. Quando passeávamos no quintal gostava de dar cambalhotas à nossa frente a pedir festas. Algumas vezes adorava caminhar ao meu lado como se fosse um cachorro fiel. Estava sempre por perto e gostava de dizer "estou aqui" com um miado especial quando alguém parecia não o ver.
Naquele dia quente de Agosto desapareceu. Ele conhecia muito bem aquele local onde vivia, quase em permanência e sem qualquer problema, há cerca de três anos. Por isso, a hipótese de se ter perdido é remota, quase impossível. O quintal era grande mas ele era um pouco atrevido e não resistia a umas fugidas para os quintais vizinhos. Gostava de caçar, em especial, pássaros. Talvez tenha tido um acidente ou alguém o tenha roubado mas o mais provável é que tenha sido vítima da violência gratuita de um vizinho com veneno ou uma paulada. Aliás, durante as nossas pesquisas ficámos a saber que um destes vizinhos se tinha ido gabar para o café da aldeia de ter exterminado sete gatos em menos de duas semanas. O Patusco terá certamente feito parte deste número.
Por mais que tente esforçar-me nunca conseguirei compreender este tipo de comportamento de seres ditos humanos. À medida que vou vivendo mais comportamentos deste tipo, difíceis de compreender e explicar, reconheço e identifico nesta raça que se diz humana.
Este post é uma homenagem ao Patusco e a todos os animais vítimas da violência gratuita destes seres.